Não existem dúvidas, que Paris é uma das principais capitais da Moda. Os últimos grandes desfiles ao vivo, foram em Setembro do ano passado, devido a crise provocada pelo Covid-19, Dior e Chanel, organizaram alguns desfiles com público, mas com um número limitado de convidados.
Mas agora é diferente, o Governo francês anunciou uma série de medidas, após o fim do seu terceiro confinamento, em Abril, e prevê-se a reabertura completa da economia neste mês de Julho.
Desde Junho não é obrigatório a utilização de máscaras em espaços livre, com uma média de 28 novos casos por cada 100 mil habitantes e com um grande ritmo de vacinação. Aconteceram desfiles com plateia limitada, em recintos fechados, almoços de celebração e até grandes festas, com direito a convidados vindos de diversos lugares do Planeta. Com a vacinação progredindo e as restrições diminuindo, a moda está voltando aos poucos aos tradicionais desfiles de passarela, ainda com um mix de público presencial e apresentações online. Chanel, Dior, Balenciaga, Alaia e os italianos Fendi e Armani, são o exemplo disso .

Para quem achava que o Futuro da moda, passava pelos desfiles em Live streaming de qualidade duvidosa ou grandes e fantásticos vídeos de apresentação, estão muito enganados. Lembrem-se que estamos falando de Paris e de uma Indústria que arrecada anualmente cerca de 1,2 milhões de Euros para a economia local, nada vai substituir o olhar direto para os coordenados, o calor do público e aquele momento mágico quando modelo e coordenado fundem-se.
Maria Grazia Chiuri, a primeira mulher a liderar a Maison Dior, diz o seguinte:
“Há tantas pessoas que trabalham na coleção. Ficamos felizes em realizar belos vídeos, mas foi um pouco impessoal. Todos estão realmente orgulhosos de ver o show, estar nos bastidores, viver o momento com nossos clientes, a imprensa, nossos amigos. Em um ano e meio, perdemos muito desse contacto humano“,

E Portugal? Como ficamos nessa situação? Os últimos desfiles realizados, já com público reduzido, foram em Outubro do ano passado, durante a 47º Edição do Portugal Fashion.
Infelizmente ainda é impossível traçar um quadro positivo, com o aumento de casos a cada dia; a existência de resistências por parte da população em relação a vacinação e regras para evitar contágio e o incumprimentos das Leis por parte de muitos, fica difícil.
O setor da moda movimentou, 15 mil milhões de euros em 2018, representando 11,5% das exportações portuguesas. São mais de 19.000 empresas a criarem empregos, com uma média de 10 empregados por empresa, que estão sendo prejudicados.
França retoma a economia, a cultura volta a mexer-se, a moda volta as passarelas, na sexta dia 09 reabrem as discotecas, etc. Enquanto que por aqui, a malta prefere continuar discutindo o sexo dos anjos, a eficácia da vacina, o uso da máscara e a vida dos outros… Enfim…

Texto: Sérgio Pereira / foto capa: Dior
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